Por uma nova democracia corinthiana
Este mês de setembro foi recheado de comemorações e datas importantes da história política e cotidiana da humanidade, dentre essas datas estão o aniversário de 101 anos do Sport Club Corinthians Paulista, o dia da Independência do Brasil e o dia Internacional da Democracia (15/09), sendo esta última a mais importante diante da nossa atual conjuntura social e política.
Ao relacionarmos o dia internacional da democracia com a história do Brasil, parece que estamos noutro planeta, ou numa vida paralela e distante do planeta Terra, distantes daquilo que é intitulado o governo do povo. Desde a monarquia, sofremos com o descompasso da lei e sua ideologia com a vida prática, sendo a desigualdade e a falta de justiça social alguns dos principais motivos da carência de nossa democracia, que é baseada na participação política e liberdade.
O movimento social proposto pela Democracia Corinthiana foi um evento ímpar na história social do esporte, mas, por conta dos problemas vividos na atual democracia brasileira, carece de certo continuísmo. Agora, com direitos civis, políticos e sociais reconhecidos por lei, as pessoas sofrem por conta do precário funcionamento das instituições públicas e sociais, que, deste modo, impedem ou dificultam a "plena" vivências destes direitos na prática.
MAIS DO QUE UMA TORCIDA, UM MOVIMENTO SOCIAL! UM NOVO JEITO DE SER CORINTHIANS! |
Nosso movimento luta contra o problema endêmico da corrupção que já não é considerada anomalia no nosso corpo político, sendo nosso sistema político, republicano democrático, cada vez mais desqualificado por culpa de nossos representantes e da falta de envolvimento político por parte da população. Haja vista, a atual demissão de alguns dos ministros acusados e investigados por denuncias de corrupção, como Antônio Palloci (Casa Civil), Wagner Rossi (Agricultura), Alfredo Nascimento (Transportes) e Nelson Jobim (Defesa). Por outro lado, sabemos que a formação de nossa mentalidade impõe dificuldades na distinção entre o publico e o privado, colaborando com tal anomalia, e portanto, precisamos superar esse entrava democrático.
Ao refletirmos sobre alguns conceitos básicos da democracia ditos pelo Dr°. José Álvaro Moisés, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, consideramos que, deve haver um maior controle dos poderes republicanos pela sociedade civil, por meio de instituições que funcionem. A participação da sociedade civil de forma mais direta nos mecanismos do estado, trará um revigoramento da democracia.
No que diz respeito a questão ambiental e o paradigma do crescimento sustentável, acreditamos que dependem da democracia, pois somente com sua vivência o povo terá informações claras e qualificadas sobre as decisões do governo que afetam o meio ambiente, para depois intervir.
Por fim, a política baseia-se na pluralidade dos homens, logo, a nossa torcida corintiana e movimento popular se identifica com a proposta de um “Time do Povo” em termos menos futebolístico e mais social e globalizante. Desejamos representar toda a sociedade civil diante das necessidades de organização política, independentemente, da etnia, opção sexual, religião, ou qualquer outra diferença. Segundo a cientista política Hannah Arendt "a política trata da convivência entre os diferentes, os homens se organizam politicamente para certas coisas comuns, essências num caos absoluto, ou a partir do caos absoluto das diferenças.
MIGUEL BATAGLIA - "O CORINTHIANS É O TIME DO POVO, E É O POVO QUEM VAI FAZER O TIME!" |
Os fanáticos pelo coringão também veem o futebol como um instrumento político de revitalização moral de valores esquecidos ou não praticados, assim como a valorização da família que é excluída das partidas de futebol devido a onda de violência e posturas psicóticas de algumas torcidas organizadas. Portanto, notamos um processo de exclusão da família, o maior bem da sociedade moderna e liberal, outro valor que desejamos revigorar é a honra e a honestidade que faltam na nossa prática política.
Sentimos que temos muito por fazer!
Salve Fanáticos.