quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Super homem- a canção

Por Dener Augusto

Há pessoas que só funcionam no tranco, na marra, quando se tem a obrigação de fazer. Precisam de pressão, adrenalina lá em cima. Somente assim, produzem, alcançam resultados satisfatórios. Acredito que boa parte da população seja assim e esse time do Corinthians está neste meio.
Não vou dizer, como alguns comentaristas, que o time jogou bem. Foi menos ruim, deixou de cometer erros grosseiros. Buscou o resultado no início e após consegui-lo(2x0 contra o Bahia) voltou a apresentar a morosidade de sempre, o conforto, o sossego, a preguiça. Nem evidencio a garra porque era o mínimo que se esperava do elenco mais caro do campeonato, após oito "negativadas".
Assim, confesso que ainda não vi sangue nos olhos, ambição de chegar em algum lugar. Ontem era jogo pra golear, mostrar o futebol de campeão do mundo, mostrar vergonha na cara, bancar o Tite não com palavras e sim com uma ótima apresentação. Faltou raiva, insatisfação positiva, uma significativa mudança de comportamento.
 Decerto, pelas palavras de nosso treinador, ele quisera ser o superhomem para reverter o movimento de rotação da terra e assim poder voltar e corrigir os erros evitando os vexames.
Portanto, a disciplina do bato e depois peço desculpas, pra nada adianta. Quem semeia vento, colhe tempestade.
Vamos aguardar cenas dos próximos capítulos. Quero ver se esse paternalismo do Tite ainda tem sobrevida. 

Vai Corinthians! porque eu estou com você sempre!
P.S. Sobre as alterações, não gostei do Alessandro no lugar do Igor. Não consigo medir se isso é proteger ou queimar o garoto.


Gilberto Gil: "De repente eu ouvi uma zuada: era Caetano chegando da rua, falando muito, entusiasmado. Tinha assistido o filme Superhomem. Falava na sala com as pessoas, entre elas a Dedé [Dedé Veloso, mulher de Caetano à época]; eu fiquei curioso e me juntei ao grupo. Caetano estava empolgado com aquele momento lindo do filme, em que a namorada do Superhomem morre no acidente de trem e ele volta o movimento de rotação da Terra para poder voltar o tempo para salvar a namorada. Com aquela capacidade extraordinária do Caetano de narrar um filme com todos os detalhes, você vê melhor o filme ouvindo a narrativa dele do que vendo o filme... Então eu vi o filme. Conversa vai, conversa vem, fomos dormir. "Mas eu não dormi. Estava impregnado da imagem do Superhomem fazendo a Terra voltar por causa da mulher. Com essa idéia fixa na cabeça, levantei, acendi a luz, peguei o violão, o caderno, e comecei. Uma hora depois a canção estava lá, completa. Sobre a "porção mulher" -

"Muita gente confundia essa música como apologia ao homossexualismo, e ela é o contrário. O que ela tem, de certa forma, é sem dúvida uma insinuação de androginia, um tema que me interessava muito na ocasião - me interessava revelar esse embricamento entre homem e mulher, o feminino como complementação do masculino e vice-versa, masculino e feminino como duas qualidades essenciais ao ser humano. Eu tinha feito Pai e Mãe antes, já abordara a questão, mais explicitamente da posição de ver o filho como o resultado do pai e da mãe. Em Superhomem - a Canção, a idéia central é de que pai é mãe, ou seja, todo homem é mulher (e toda mulher é homem)."

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